Audiodescritivos
O Museu do Falso (MF) começou há quase demasiado tempo para que nos lembremos dele como primeiro imaginado, mas, com alguma ironia, parece que foi ontem que imaginámos uma sessão sobre o que eram museus, Património Cultural e as políticas sobre ambos os conceitos. Questionávamos igualmente o papel das entidades com responsabilidades políticas quanto à “mensagem” que passavam.
Havia uma intenção de iniciar um debate. Seria breve.
Apenas manifestar outros pontos de vista. Sobretudo, assumindo que todos são contribuintes líquidos para o processo patrimonial. Todos em conjunto, mais válidos que todos individualmente.
Foi, em parte, o que norteou esse primeiro dia do MF. Em 2012.
Calhou, coloquialmente falando, que houvesse alguém a dirigir uma Visita Guiada aos primeiros 20 items de um acervo que não teria mais adições. A sala estava cheia. Para lá da sua efetiva capacidade. Brindámos e rimos. Gostámos desse fim de tarde de Maio.
As voltas do Mundo trouxeram mais dias de MF e mais Visitas Guiadas. Sempre com o mesmo “Diretor”. Assim seguiu, durante 12 anos.
Com uma nova fase que se iniciou em 2021, demos por nós a incorporar um renovado sentido de responsabilidade e, com a Apoio sucessivamente obtido, da Direção-Geral das Artes, as três últimas iterações do MF levaram-nos a outros locais, a outros países, a outras configurações. Sempre com o mesmo “Diretor”… ainda.
Agora e neste local, como corolário desse caminho – estamos cada vez mais próximos a processos específicos de co-criação, que de criação partilhada e colaborativa – era altura de ter outras vozes. Outras Visitas. (Outros Visitantes?)
Assim, com o Jornal do Centro, parceiro de antanho, convidámos Guilherme Gomes para ser também “Diretor do Museu do Falso”, através da sua visão e do embalo do seu entendimento e voz, na forma de podcasts orientados. Descritivos. Amplos e disponíveis a todos. Sejam quem forem e estejam onde estiverem.
Bem vindos. Aqui são 07h da manhã. E aí?