Cartaz “Digressão Universal do Circus Vaccaensis”

AUTOR: Desconhecido
DIMENSÕES: 400x300mm
DATA: c. 1881
TIPOLOGIA: Cartaz
N.º DE CATÁLOGO: #009
PROPRIEDADE: Herdeiro do “Circus”

Contextualização

Um dos primeiros grandes nomes ligados às artes performativas em Viseu foi, não o de um indivíduo mas o de uma instituição: o Circus Vaccaensis. Fundado no último quartel do século XIX – em data imprecisa – o Circus Vaccaensis era um circo itinerante, procurando especificamente (por questões de controlo de custos) “trautear” as regiões do interior de Portugal e algumas esporádicas incursões a Espanha. É tido como o período da concepção do modelo que adoptarão com grande valor e que, perto da transição para o século XX, lhes trará alguma fama. O número mais reconhecido era o da corrida de pulgas, a par com o espectáculo vaudevilliano “Les Crazy Pulgas” – que dizem ter servido de inspiração ao cabaret parisiense “Le Crazy Horse Saloon”, de 1951.

Genericamente podendo ser inserido no grupo de Circos de Aberrações, esse epíteto sempre foi contestado pelos proprietários do CV (inicialmente A. Melo Cunha; 18?-1882) e pelos seus membros, preferindo estes a designação de Associação Mutualista para a Variedade.

A grande explosão de popularidade ocorre em 1880 quando, devido a uma epidemia, morre (ou foge, não se viu bem) a totalidade das pulgas, sendo o CV obrigado a recrutar novos números principais. O Homem-Lobo (n.1864-m.1913) estando na trupe há alguns anos consegue fazer valer as suas reivindicações e alcançar um melhor contrato e destaque, mas é com a Mulher Barbuda (n.1820-m.1912 a bordo do Titanic) e com o Beirão (n.1867-m.?) que, em particular para um público além Beiras, o CV se torna uma atracção garantida.

A maior e última (por motivos ainda não esclarecidos) tournée, designada Digressão Universal e com o patrocínio do Elixir de Dr. Huxley, teve então (com o formulário indicado supra), início na Primavera de 1881 e durou cerca de 15 anos, pautando-se por regulares aplausos e actuações em 3 continentes.

Foi igualmente com a Digressão Universal que o CV iniciou um processo de valorização e aposta na imagem, através de cartazes de design simples mas eficaz e conjugação das cores com o lettering, e a disposição das estrelas na secção central, algo que Hollywood tomará como modelo e premissa. Desses cartazes – frequentemente reutilizados – poucos exemplares são conhecidos e nenhum em bom estado, assumindo-se este em concreto como um portador das marcas do tempo e intervenções casuais.

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