
Gelatinobrometo Relvas
AUTORA: Paulo Magalhães
TIPOLOGIA: Fotografia
TÉCNICA: Impressão laser em poliéster
DATA: 2012
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2012.008
Memória Descritiva
Impressão laser em poliéster, vidro 2mm 18X24.
Fotografia de Paula Magalhães, Viseu, Maio de 2012.
Imagem da casa residencial em Viseu.
Simulação de intervenção e restauro com estabilização do poliéster em sanduiche de vidro selado com filmoplast P90 e acondicionado em envelope de quatro abas em papel de conservação.
A Falsidade Explicitada
Carlos Augusto de Mascarenhas Relvas de Campos foi das figuras mais importantes na fotografia em Portugal. Nasceu na Golegã, onde também faleceu, vítima dum grande desastre, a 23 de Janeiro de 1894. Casou com D. Margarida Amália Mendes de Vasconcelos, filha dos condes de Podentes: de Jerónimo Dias de Azevedo Vasques de Almeida e Vasconcelos e D. Maria Liberata da Costa Mendes de Azevedo, representantes das mais ilustres famílias da Beira Alta. Herdeiro duma opulentíssima fortuna, entregava-se aos cuidados da sua imensa lavoura, que podia servir de modelo, pela perfeição em todos os trabalhos do campo, e à administração das suas propriedades. Era respeitado e estimado pelo seu carácter franco e bondoso; muito caritativo a esmoler, tornou-se na Golegã o verdadeiro pai dos pobres, que lhe consagravam a maior veneração.
Carlos Relvas, apesar dos seus muitos trabalhos com a administração da sua casa, lembrou-se um dia de aproveitar as horas que lhe ficavam livres, e fez-se artista, dedicando-se à fotografia como amador. Correu os principais ateliers fotográficos da Europa, comprou os mais custosos e perfeitos aparelhos, a construiu junto da sua vivenda da Golegã um atelier na parte mais elevada e pitoresca dum formoso jardim, entre palmeiras, eucaliptos e flores. Era uma verdadeira maravilha artística, não só no conjunto da construção, como na ornamentação interior e mobiliário, que dizem, ser de principesca sumptuosidade. Foi ali que Carlos Relvas passou grande parte da vida, trabalhando, estudando e lendo. Os seus trabalhos fotográficos tornaram-se bem conhecidos e muito apreciados, e em pouco tempo Carlos Relvas ficou considerado o primeiro fotógrafo amador do país. Nesses trabalhos destaca-se a reprodução dos objectos que figuraram na exposição da arte ornamental realizada em Lisboa no ano de 1882, que constituem verdadeiros primores artísticos. As suas fotografias distinguiam-se pelo gosto artístico da pose ou do ponto de vista, pela escolha da luz e pela nitidez. Muitas dessas fotografias e dos seus instantâneos figuraram em várias exposições nacionais e estrangeiras, conquistando em todas elas um dos mais distintos lugares. Carlos Relvas era membro da Sociedade Francesa de Fotografia, e obteve medalhas nas exposições dessa sociedade, de 1870, 1874 e 1876. Também alcançou vários prémios nas seguintes exposições: Em Viena de Áustria, 1873, Medalha do Progresso; Madrid, 1873, medalha de prata; Sociedade Fotográfica, de Viena de Áustria, 1875, medalha de prata; Filadélfia, 1876, medalha; primeiro prémio na Exposição de Amesterdão, 1876, Cruz de Bronze dourado; Exposição hortícola do Palácio de Cristal do Porto, 1877, medalha de ouro; Exposição da União Central das Artes decorativas, no palácio da Indústria, de Paris, medalha de ouro, o que foi uma das suas vitórias.