“Mas pode ter um jacaré vivo?”

Tenho tido conhecimento destas histórias/loucura ao ouvir Manuel, um homem que conheço, que me falou da possibilidade de tornar um jacaré inofensivo através da vacinação. Claro que não o levei a sério, mas a sua história foi intrigante o suficiente para que eu decidisse investigar mais.
Viajo até cerca de 100 quilómetros de Luanda, onde vivem comunidades que foram deslocadas pelo governo, aquelas de que Manuel me contou. Esta região tem muito pouco a ver com a Capital de Angola, a natureza ainda domina com vegetação densa e a presença do rio Kwanza. Aqui encontramos facilmente animais selvagens tais como hienas, girafas, elefantes e, claro, jacarés.
Fui a esta zona duas vezes: uma vez para visitar o Parque Natural de Kissama e descobrir que não era muito difícil comprar crocodilos: os jacarés bebés estão a ser vendidos em vasos à saída do Parque; Uma segunda vez, nas proximidades de casas, onde de facto vi um jacaré que tinha sido apanhado no rio e preso a um barco. Foi nesta zona que gravei esta conversa surrealista sobre jacarés.

“Mas isso é apenas um animal normal… É uma vacina que eles dão para bloquear o seu sistema de raiva.”
(…)
“Mas é jacaré. Tem de ter documento.”
“Não tem nada disso. Depois de crescer é que você trata dos documentos.”