Vitrine com documentação Relativa à Construção da Salva Rainha
AUTOR: Pedro Pires
DATA: 2021
TIPOLOGIA: Objectos em vitrine, instalação.
DIMENSÕES: Vitrine: 42x32x14cm; Fotografia: 10x15cm; Mapa: 16x15cm; Caderno: 21×15,5x2cm.
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2021.016
N.º DE CATÁLOGO: #043
Memória Descritiva
A Salva Rainha é um local em Alhais de Cima, conhecido pelos habitantes da aldeia. É um local que faz parte da cultura popular. Consiste num conjunto de rochas graníticas – boulders – arredondadas, junto a uma linha de árvores. É um local com uma beleza única e também estranho pela quantidade e proximidade destas rochas. O local é real e os objectos criados tentam criar uma ligação a uma formação rochosa que existe na província de Malange em Angola, que parece uma versão gigante da Salva Rainha. Os objectos consistem de: um mapa, retirado de um atlas universal da década de 80; uma fotografia que apresenta uma escada encostada a uma das pedras da Salva Rainha; um caderno com um esboço das Pedras de Pungo Andongo, feito por Pedro Pires.
A Falsidade Explicitada
A Salva Rainha localiza-se a Oeste da aldeia de Alhais de Cima, nas coordenadas 40°52’19.6″N 7°43’39.1″W. O local é de fácil acesso, estando localizado junto à Rua Carreira da Fonte. É uma formação rochosa natural existente no local. O meu projecto apresenta a hipótese destas pedras terem sido ali colocadas por um habitante dos Alhais de Cima, inspirando-se nas Pedras de Pungo Andongo em Angola, uma formação rochosa real e natural.
Sobre Pedro Pires
Nascido em Luanda, (1978, Angola) Pedro Pires usa diferentes suportes, técnicas e objectos do dia a dia, que são fortemente utilitários e produzidos industrialmente. Desenvolve estratégias de comunicação, sendo a figura humana um elemento constante no seu trabalho. Há uma preocupação em pensar em questões locais e globais, usando referências de contextos populares, tradicionais ou estrangeiros. Na sua pesquisa flutua entre três assuntos principais: um sentimento de identidade deslocada; migração e direitos humanos. Estas três áreas, que estão interligadas, funcionam como âncoras para a sua prática artística e pensamento. Reflecte sobre a sua posição política, social e económica – que é díspar nos países dos quais tem nacionalidade, Angola e Portugal. Utiliza a sua experiência pessoal para questionar o mundo contemporâneo e criar paralelismos com assuntos do presente. Pretende questionar o presente para pensar sobre o futuro. A sua carreira artística estende-se por mais de 10 anos. Das exposições e projectos que participou destacam-se os seguintes locais: Museu de História Natural de Angola, Luanda, Angola; Museu de Belas Artes de Montreal, Canadá; 1:54 Art Fair, Somerset House, Londres, Reino Unido; Lagos Biennial, Nigéria; Cape Town e Joburg Art Fair, África do Sul; Poldra Festival de Escultura Pública, Viseu, Portugal; Lorne Biennale, Australia; ExpoChicago, USA; Arco Lisboa, Portugal; Gallery Momo, África do Sul; Festival Política, Lisboa, Braga e Évora, Portugal; Art Paris Grand Palais, França; Residência artística na Delfina Foundation, Londres, UK; Casa da Cerca, Almada, Portugal; Hangar, Lisboa, Portugal. Mestrado em Artes Visuais, 09/10, Central Saint Martins College of Art and Design, Londres, Reino Unido. Licenciado em Escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 2005, Portugal. Em 2004 obteve a bolsa Erasmus para a Faculdade de Belas Artes de Atenas, Grécia.
Esta peça foi criada para o Museu do Falso e teve como Parceiro Institucional