Isqueiro e Relatório
AUTORIA: José Pedro Pinto
TIPOLOGIA: Ready-made
DATA: 2021
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2021.010
N.º DE CATÁLOGO: #037
Memória Descritiva
Em 26 anos a estar vivo, amei várias coisas. Raramente foram as que esperava amar ou as que acharia útil amar, se bem que por vezes os três fatores coordenaram-se. Não foi o caso do meu amor à ficção científica e ao terror. Felizmente, a idade ensinou-me a reprimi-lo menos.
São géneros que me dão, há muitos anos, a impressão de que, se tentasse, saberia escrever. Mas nunca me pareceu fazer sentido tentar, assumindo que ninguém iria ler. O Museu do Falso foi um pretexto. Obrigado.
A escolha da Fonte da Rua do Arco veio muito antes de imaginar a história que lá se passaria. O Rui sugeriu-me que pensasse num sítio de Viseu que estivesse ligado à minha história pessoal. Há vários, mas a Fonte da Rua do Arco foi onde me sentei em 2018 com uma amiga e a vi chorar. Eu fui a causa da tristeza dela, e na altura pareceu-me inconcebível que existisse essa possibilidade.
O isqueiro foi comprado em 2016 numa papelaria ao pé da Universidade onde estudei no Porto, para uma curta-metragem que realizei e que enterrei num disco externo para não voltar a ver. Na altura era uma metáfora para a minha vontade de acender alguma chama dentro de mim. O isqueiro não funciona, ou pelo menos eu nunca percebi como o ligar. Talvez precise de um pretexto?
A Falsidade Explicitada
A Fonte da Rua do Arco é factual, bem como as indicações históricas e descritivas presentes no texto. A estrutura textual, dividida em descrição, história, protocolo de contenção, transcrição de missão e notas finais é diretamente inspirada das formas dos contos do djkaktus no site scp-wiki.wikidot.com, principalmente do conto What Happened to Site-13?.
Sobre José Pedro Pinto
Licenciado em Cinema e com formação em guitarra clássica pelo Conservatório Regional de Viseu. Colabora voluntariamente com o Cine Clube de Viseu desde 2013, profissionalmente desde 2018. Trabalha desde 2019 como músico freelancer, contando desde então com atuações a solo em salas como o Carmo’81, ACERT Tondela e Avenida Café- Concerto. A sua música original combina o som clássico com a severidade da guitarra acústica de 12 cordas e a imponência do órgão de tubos. Está atualmente a concluir um álbum de música original escrita e gravada no histórico órgão barroco da Igreja da Misericórdia de Viseu.
Esta peça foi criada para o Museu do Falso e teve como Parceiro Institucional