Escultura Popular da “Mulher que Morreu de Amor”
AUTORIA: Liliana Velho
TIPOLOGIA: Escultura
MATERIAIS: Cerâmica, Pasta de Papel, Musgo e lã
DATA: 2021
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2021.007
N.º DE CATÁLOGO: #034
Memória Descritiva
O projecto começa com um ramo de flores de zinco, que vi na loja do Sr. António Carvalho, o último mestre latoeiro de Viseu. O Sr. António é meu vizinho de atelier, e passo pela loja dele todos os dias. Certo dia vi as flores, eram uma peça nova e entrei na loja para conversar sobre elas. Tinham sido feitas a partir de uma peça que teve de restaurar, e como gostou tanto delas fez um molde para as reproduzir mais facilmente. Contou-me que tinha feito um ramo para a mulher e mostrou-me uma fotografia desse mesmo ramo dentro de um jarrinha em cima cómoda da sua esposa.
Comprei imediatamente o último ramo disponível.
Cruzei esta história com outra ficcional que li no livro “A Espuma dos Dias” de Boris Vian. Nesta história há uma personagem mulher tem um nenúfar no pulmão, e o seu marido para a curar, enche o quarto com flores todos os dias, para o nenúfar se assustar e parar de crescer.
Mais tarde durante a investigação para o projecto descobri uma lista de doenças literárias/ ficcionais e entre elas estava a Hanahaki – de origem oriental, descreve uma doença que consiste em tossir pétalas de flores quando sofre por amor.
E assim entre histórias de amor e desamor nasceu esta Mulher, que padecia desta doença rara e fictícia, e que habitou perto de Viseu algures durante a Idade Média.
A Falsidade Explicitada
Sobre Liliana Velho
Liliana Velho (Lisboa, 1985) é uma artista visual, que tem dois corações, um em Viseu e outro em Montemor-o-Novo. Licenciou-se em Escultura da Universidade de Belas Artes de Lisboa (2009) e possui mestrado em Artes Visuais pela ARCA, Coimbra (2012) e actualmente frequenta o Doutoramento em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes do Porto (FBAUP). Nos últimos anos, Liliana tem-se dedicado à escultura em cerâmica, escolhendo o barro como o material mais importante na sua prática. Também trabalha com diferentes meios, como desenho, escultura e a instalação. Desde 2015, expõe regularmente, em exposições individuais e colectivas, colaborando com outros artistas. Actualmente vive e trabalha em Viseu.
Esta peça foi criada para o Museu do Falso e teve como Parceiro Institucional