Pagela “Oração às Deusas e deuses vissaieigenses”

AUTOR: Rosário Pinheiro
TIPOLOGIA: Pagela
DATA: 2021
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2021.004
N.º DE CATÁLOGO: #031

Memória Descritiva

Representação, através da ilustração digital, de 3 deuses pagãos, com utilização de motivos gráficos místicos, naturais e abstratos.

A Falsidade Explicitada 

Em 2009 é descoberta a Ara, um altar de pedra com cerca de 2 mil anos, que se refere “às deusas e deuses vissaieigenses”. Quem seriam estes deuses e qual seria a sua possível representação? Para entender melhor as divindades ancestrais, recorreu-se aos escritos de Leite de Vasconcelos, um arqueólogo e etnógrafo nascido em Tarouca, que descreve os deuses lusitanos, na era proto-histórica. Diz Vasconcelos em Religiões da Lusitânia, que “o naturalismo e o animismo primitivos” orientaram os cultos, sendo a Natureza a fonte mais fecunda das crenças do povo. A costa marítima e os rios eram adorados, havendo deuses primários e secundários, ninfas, lares, etc. Existiam sacrifícios humanos, e leitura de estrelas para adivinhação. A natureza, a fertilidade e o conflito eram os temas principais. Quando o Cristianismo sucede ao paganismo, este sobrevive “nos simpáticos deuses tópicos, tão queridos do povo simples, que se transformaram em santos patronos”. A partir destas e outras descrições dos cultos pagãos na Península Ibérica, foram representados 3 deuses desconhecidos (sem nome) com uma simbologia específica, o octógono (referência à Cava de Viriato) que pertence a dois deuses siameses, uma espécie de ying e yang das relações humanas, o círculo, acompanhado da deusa que representa a fertilidade e os ciclos naturais da vida, e finalmente o quadrado, associado ao deus/deusa da guerra e da defesa. Estes deuses são entidades abstratas, que, em unidade, representam uma existência terrena e mística, fazendo parte de um culto pagão inventado, em que o centro da adoração é a Natureza, de onde o Homem nunca se afasta nem desassocia. A oração que os acompanha, sugere que as preces desta época seriam por boas condições climatéricas e de trabalho, sorte, sabedoria, paz e felicidade. Necessidades básicas, humanas e intemporais.

Sobre Rosário Pinheiro

Viseu 1988, Designer Ilustradora e Cozinheira.
Cresceu 4 cm aos 23 anos.
www.behance.net/rosariopinheiro

Esta peça foi criada para o Museu do Falso e teve como Parceiro Institucional

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