O Retrato do Adamastor de Pavia
AUTORA: Rosário Pinheiro
TIPOLOGIA: Ilustração
DATA: 2012
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2012.022
Memória Descritiva
Inspirando-me no livro “A Descrição da Cidade de Viseu”, de João Pavia, sobre o qual já tinha tido a oportunidade de trabalhar para a Viseupédia, houve uma personagem em particular que me apaixonou, trata-se de uma versão do Adamastor. Pegando nela, decidi associá-la ao rio Pavia. Isto porque quando andava na escola primária, a minha professora contava-nos histórias muito más sobre o rio, sobre pessoas e barcos que se tinham afundado lá, para nós não irmos para lá brincar e fazer asneiras. Foi o meu adamastor da infância e assim interligam-se as histórias.
A Falsidade Explicitada
Esta entrada do Museu do Falso inspira-se inteiramente na “Descrição da Cidade de Viseu (…)” um poema épico de João de Pavia. Para conhecer mais sobre o respectivo tema, sugerimos uma leitura do cromo da Viseupédia que se debroça sobre esse tema:
“Como se canta o louvor de uma cidade? Como se fala da virtude das suas gentes, da sua riqueza, das suas histórias? Mais ainda, como se louva uma cidade capaz de renascer das cinzas como a mítica fénix? João de Pavia, o autor da Descrição da Cidade de Viseu, poema épico datado de 1638, teria à sua disposição modelos variados, desde descrições de cidades da Antiguidade, de cidades santas como Jerusalém e Roma, ou mesmo da excelentíssima cidade de Lisboa, de que é o melhor exemplo a publicação do conhecido elogio latino, em Évora, em 1554: a Descrição da Cidade de Lisboa do humanista Damião de Góis.
O seguimento dos modelos está visível nos factos eleitos como merecedores de rasgado encómio, desde a paisagem e riquezas naturais, aos monumentos da cidade, à qualidade das gentes e ao seu património cultural; mas o aspecto que merece maior ênfase é o facto de esta Descrição se construir como um poema épico, substituindo a ductilidade da prosa pelo constrangimento métrico e rítmico do verso, vendo nesta estrutura a forma privilegiada de enobrecer o objecto de descrição.”
Toda a informação pode ser consultada na publicação n.º 15 da Viseupédia.