Bixcóitons

AUTORIA: Occupy My Kitchen
TÉCNICA: Cozinha
DATA: 2012
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2012.017

Memória Descritiva

O Museu do Falso propõe uma especulação de realidades possíveis e o Occupy My Kitchen está em posição de fazer obras diferentes das que podem ser observadas.

Esta obra — Bixcoitons — é por si uma realidade artística diferenciada, sendo que terá de ser literalmente consumida, ingerida, para que transporte o fruidor à falsidade histórica a que reporta.

A obra será portanto descrita como:
Ovos, farinha, açúcar e pimenta sobre sistema digestivo.
Viseu
2012/14.

A Falsidade Explicitada

Embora no texto de Catálogo se tente ligar a Cava de Viriato à exploração de um metal precioso, a sua origem é bem menos fantástica. Como escreve o Dr. Pedro Sobral no cromo “A Cava de Viriato”, da Viseupédia:

“Singular e monumental, a Cava de Viriato é uma das mais emblemáticas obras de engenharia da terra conservada na Península Ibérica.

Este magnífico monumento começou assim a ser denominado a partir do séc. XVI. Foi uma época em que havia uma necessidade desmedida de afirmação da identidade nacional que veio a ser consubstanciada anos mais tarde com a Restauração. Os heróis da Restauração foram comparados aos Lusitanos e ao seu mítico chefe é então atribuído o maior monumento de Portugal. Podemos afirmar com alguma certeza que este monumento deve corresponder a uma cidade-acampamento (qal´a) de época islâmica, seja da conquista do séc. VIII ou do período de Almansor. Entre os séculos VIII e XI, Viseu foi uma típica cidade de fronteira, ora disputada por cristãos, ora por muçulmanos.

O território entre Douro e Mondego foi domínio islâmico precário desde as conquistas de Musa e Abd al-Aziz em 714 e 715, até à segunda metade do séc. IX. Este domínio só se torna efectivo nos finais do séc. X com as campanhas militares de Almansor (o Vitorioso). (…)”

Toda a informação pode ser consultada na publicação nº01 da Viseupédia.

Sobre Occupy My Kitchen

A cozinha, ou o acto de cozinhar, sempre acompanhou a evolução da humanidade, sendo o catalisador ou o produto da mudança.
Sendo que a alimentação começou por permitir o crescimento das comunidades, uma vez ultrapassadas as necessidades básicas humanas, passou a ser objecto de fruição. Tradicionalmente relacionada com a agregação familiar ou comunitária é, por si, um agente sócio-cultural determinante, um património que se quer vivo e evolutivo como quem o pratica.
Há um terceiro marco na história desta relação humana/alimentar. Os tempos modernos do mundo desenvolvido trouxeram decadência ao sentido comunitário e ao cuidado de ter uma alimentação local, que cede cada vez mais ao não-endógeno.
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