A Arma Perdida de João Brandão

AUTOR: Luís Belo
TIPOLOGIA: Carta e Linogravura
DATA: 2012
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2012.002

Memória Descritiva

A história de Brandão tem vindo a interessar-me aos poucos. O ladrão inspirou até cantos entre a população aquando a sua condenação ao degredo em África. Ao saber que o mesmo ter-se-á escondido várias vezes por um Hotel em Viseu, isso foi o suficiente para despoletar o resto da história: a Arma Perdida alegadamente encontrada por um tal de Paquete da Silva que não só escreveu uma carta de chantagem como fez também uma linogravura da mesma.

O processo de construção foi relativamente simples. A placa de linóleo foi propositamente mal gravada, simulando alguém tosco na técnica, já a impressão sem uma prensa adequada resulta num aparente desgaste, importante neste contexto. Quanto à carta essa foi escrita à máquina e o papel foi envelhecido com café, alguns vincos e dobras.

O resultado final surge com intuito de dar a conhecer a personagem a quem dela ainda não ouviu falar e associá-la, de um modo muito directo, a Viseu.

A Falsidade Explicitada

João Brandão existiu, isso é ponto assente. É também verdade que aos 12 anos cometeu o seu primeiro assassinato de uma forma terrivelmente fria. É verdade que fez a sua vida assaltando e assassinando e será também verdade que passou várias vezes em Viseu onde se terá escondido por diversas ocasiões. Todo o episódio da arma perdida é falso, a chantagem de Paquete da Silva não existiu, embora as armas de Brandão tenham sido bem reais, tal como os cânticos que se fizeram em seu nome aquando a condenação ao degredo em Angola: “Lá vai o João Brandão / A tocar o violão / Casaca da moda na mão / Atão Atão Atão / Tré tré olaré tré tré / Era a moda do meu pai / Oh pastor, lavrador, enganador / rinhinhó, rinhinhó, ó-ó-ó, ó-ó-ó”.

Sobre Luís Belo

(Viseu, 1987) é designer gráfico, fotógrafo, ilustrador e artista. Formou-se em Artes Plásticas e Multimédia pela Escola Superior de Educação de Viseu. Como fotógrafo, viu o seu trabalho ser reconhecido ao vencer prémios atribuídos pela Canon, Fnac, Fujifilm, P3, Gerador e outros. Com a criação do projeto editorial “Medíocre”, publica dois ensaios fotográficos: “Emergir” (2012) e “Cidade Nenhuma” (2014). Em 2020 é coordenador editorial e fotógrafo em duas publicações “Neo-Topografia Gráfica e Descritiva de Monumentos e Memoriais Viseenses” (com Rui Macário); e “Um Olhar de Fora Dentro – Instameet Viseu”. No entanto, a atividade deste autor expande-se para lá da fotografia. Enquanto ilustrador tem 6 obras publicadas sob várias chancelas, incluindo a Editorial Presença. Organizou mais de 160 sessões de curtas-metragens em Viseu.
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