Espelho de fechadura para uma das gavetas do arquivador do ARQUIVADOR

TIPOLOGIA: Aplique
DATA: séc. XX (meados)
PROVENIÊNCIA: Cozinha de uma pessoa não identificada
N.º DE CATÁLOGO: #066
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2023.001
COLEÇÃO: T-232: O Edifício-Teatro

Contextualização

Um dia, até… se conta que se lhe quis oferecer um arquivador. O arquivador do ARQUIVADOR. Se fosse arquivista era mais simples. Arquivista é uma função, com treino, responsabilidade e tudo o mais. ARQUIVADOR é uma concretização. É, também, um “onde” arquivar. Fica confuso. Foi por isso que não fizeram o arquivador do ARQUIVADOR, mas deram-lhe a ideia de terem tido a ideia. Ao ARQUIVADOR. Conscientes da bondade, viram que era bom e sorriram timidamente. O ARQUIVADOR sorriu menos. Continuou a arquivar. O arquivador tinha seis grandes níveis, como se fosse o edifício em si. Onde se estava. Tudo e todos num só lugar. Um antes, um depois, um ao meio e três acima desses. Cada nível com suas gavetas e um deles – o terceiro a contar do chão, segundo dizem – com um grande estrado-gaveta, para guardar cartazes. Um dos cartazes teria rebordos azul e dourado; e letras azuis e pretas; e, ao centro, uma fotografia quase tipo-passe, a três quartos, de um senhor que escrevia coisas com nomes que lhes dava ele mesmo. Tiveram a ideia a pensar nesse cartaz em particular. Seria de metal com frentes em madeira. O arquivador. O cartaz era de papel. Madeira de nogueira. Branca. Mestre Lobão faria a estrutura e gavetas do arquivador. Vários puxadores. Mestre Lobão, não faria os puxadores. Redondos. Em metal, com aplicações cerâmicas. Em cada gaveta um. Na gaveta dos cartazes, mais do que um. Ao centro dessa grande gaveta uma fechadura, com espelho de fechadura e nome de fechadura. Até se podia trazer uma chave para a fechadura. Amarrá-la com um fio, a um dos puxadores, para ninguém a perder, se o ARQUIVADOR a não arquivasse. Não sobrou outra coisa que o espelho de fechadura, que alguém trouxe para dar mais consistência à ideia e porque andava em obras, na cozinha de casa e encontrou um espelho de fechadura que ia deitar fora. Viram que era bom e assim disseram que assim seriam os puxadores e o espelho da fechadura do arquivador. O ARQUIVADOR continuou a arquivar em pastas A4 com micas de plástico. Muitas pastas A4 com micas de plástico. Chamam-lhes dossiers. Há-os de várias cores. Num deles, algures, estará a ideia que deram. Está também o espelho da fechadura que trouxeram.

Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve Apoio

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