Placa publicitária do Edifício “Anacional”

AUTOR: Desconhecido
TIPOLOGIA: Fotografia impressa sobre acrílico
DATA: séc. XX (última década)
N.º DE CATÁLOGO: #060
N.º DE INVENTÁRIO: MF.2022.006
PROVENIÊNCIA: Joana Taya

Contextualização

O Prédio onde fui Porteiro, no final dos anos 80 até principio dos anos 90. Prédio da ENSA (Seguros de Angola), na Marginal, Baía de Luanda.
Prédio com um Letreiro de Lado, do comprimento do Prédio, onde na vertical se lia, em Letras grandes, “A Nacional de Angola”.
Prédio onde viviam pintores, espiões, professores, escritores e músicos. Entre eles o Rui Veloso.
Vizinhos de variadas nacionalidades, culturas, línguas e… gagos.
A maior parte do tempo não tínhamos água, e tínhamos que “Cartar” água.
O elevador estava quase sempre avariado, de maneira que os vizinhos cruzavam-se sempre nas escadas num vai e vem, sobe e desce.
Prédio de muitos mistérios e fofocas. Todos se conheciam, se cumprimentavam e conversavam com uma “confiança Local”.
As crianças, brincavam todas juntas no R/C, jogavam ao “Zero”, Futebol, Basquete e ao Elástico e muitas vezes iam às bodas/festas uns dos outros.
A luz faltava muitas vezes, o prédio ficava super escuro, dava muito medo, principalmente porque poderia estar alguém preso no elevador, como acontecia muitas vezes.
Nos anos 80, explodiu uma bomba no Primeiro andar, rebentou escadas, paredes e o monta-cargas até ao último andar.
Foi um ataque terrorista, por ser um prédio onde alguns dos moradores de alguma influência, se reuniam para escrever Conceitos e Estratégias Políticas, Económico e Sociais, que iam contra os valores desta oposição.
Mas até hoje o “Anacional” continua rijo e firme, um legado da Baía de Luanda, cheio de vida e estórias para relembrar.
Hoje o Letreiro já não existe, mas ainda se vê umas sombras do que lá estava, tal como o prédio, que lá está, mas que, aos poucos, vai ficando nas sombras.

Porteiro
Armindo de Oliveira

Esta placa de acrílico, foi um suporte para venda de publicidade – os espaços revestidos a laranja seriam um modo de os anunciantes testarem a aposição dos seus grafismos. O Sr. Armindo de Oliveira, acabou por conseguir ficar com um desses suportes para si. Foi por essa via que se fez inicialmente a sua preservação.

Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve Apoio

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