







Sinal de identificação – vandalizado – da localidade “ABRANDA”
AUTOR: União das Freguesias de Reduze, Abranda e Atrava
TIPOLOGIA: Sinal de identificação de início de Localidade (de acordo com o Decreto Regulamentar n.º 22-A/98)
DATA: séc. XXI
Contextualização
A localidade de Abranda, anterior freguesia de Abranda e agora, derivado do “período da Troika”, em Portugal, parte da União das Freguesias de Reduze, Abranda e Atrava – a Assembleia da República Portuguesa aprovou a Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro e Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro que introduzem uma reorganização administrativa do território das freguesias (RATF) – é conhecida por ser atravessada por linha férrea sem guarda e sem sinalização adequada.
A despeito de toda e qualquer adequação ao bom senso a placa de indicação de início de localidade é sistematicamente colocada no limite máximo da extensão do território, fazendo com que, a placa “Abranda”, surja algumas centenas de metros antes da linha férrea (e antes de uma curva que em muito limita a visibilidade da referida linha férrea).
A consequência imediata é a de os condutores, ou não abrandarem (já que é uma placa de localidade) ou abrandarem (já que é o que a placa indica). Tal revelou-se propiciatório a um sem número de incidentes com os materiais circulantes na linha férrea. Por sorte, nenhum desses incidentes com consequências de maior, salvo danos materiais.
Os habitantes de Abranda, bem como os seus vizinhos de Reduze e Atrava, limitados nas suas competências quanto a estarem permanente expostos aos perigos indicados, tomaram em mãos um acto recorrente de “guerrilha sinalética”, qual horda de camponeses em busca de Frankenstein e – com maior ou menos capacidade e durabilidade das forquilhas e foices utilizadas – assumiram a destruição ou inutilização de toda e qualquer indicação de Abranda, antecedendo a localidade.
A afirmação de que a língua portuguesa é traiçoeira (argumento sempre invocado na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Reduze, Abranda e Atrava), não surtiu efeito entre a população, pelo que, a cada ano, no dia 25 de Julho – tradicionalmente consagrado, ainda que oficiosamente, a São Cristóvão (que terá transportado o Menino Jesus através de um curso de água; portanto, é também o padroeiro das travessias seguras) – se dirige a população à placa e a vandaliza.
São Cristóvão, curiosamente, não é – desde 1969 – um “Santo oficial” da Igreja Católica, sendo a sua devoção apenas aceite/tolerada. Ao mesmo nível da placa nos restantes dias do ano, apenas tolerada, por falta de foices e forquilhas, já que não há, até ao momento, qualquer candidatura a fundos comunitários que tenha sido aprovada, para suprimento de alfaias agrícolas.
O Festival Burning Man, dos EUA, terá tomado nota da categoria e criatividade de algumas das intervenções ao longo dos anos e ponderou/pondera, uma extensão portuguesa, precisamente para a União das Freguesias de Reduze, Abranda e Atrava, desde que haja o compromisso de “fazer arder qualquer coisita”.
Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve Apoio
