



Fragmentos de peça de Barro Negro expelida pelo Hiper-Vulcão Caramulo
AUTOR: Desconhecido
TIPOLOGIA:
DATA: c. 640 000 a.C.
Contextualização
Aqui se apresenta o resultado da única explosão vulcânica cujo VEI (que em português se traduz por Índice de Explosividade Vulcânica) atingiu o valor 9.
Os vulcões têm normalmente um índice de explosividade vulcânica que vai de 0 a 8, sendo super-vulcões, nesse último caso Um VEi 9 – portanto – indica o único hiper-vulcão registado, na História.
Há 640 000 anos foi registado em Yellowstone um VEI 8, o vulcão Krakatoa terá tido um VEI 8, entre outros e nessa mesma altura, aqui na região centro do país, registava-se um VEI 9.
Onde?
O que muitas pessoas conhecem como monte do Caramulo, com 1075/1077 metros de altura (depende da página da Wiki que consultarem) e, portanto, não extraordinamente alto, naquela época podia ser visto como uma planura, mas por trás de toda aquela placidez e escondido sob a terra, algo borbulhava.
Não era lava na sua emergência de uma explosão avermelhada, antes o resultado de toda a pressão que ali se fazia sentir. Na ausência de oxigénio, a lava tinha passado a barro e o barro a barro negro.
Quando finalmente se dá a explosão (repete-se que há 640000 anos), ao invés da projecção de material piroclástico, começaram a ser disparadas da planura do que conhecemos por Caramulo, essas peças absolutamente constituídas do que é hoje o barro negro de Molelos: cântaros, travessas e outras peças de olaria… Extraordinário também é o facto de o fragmento aqui apresentado até apresentar assinatura autoral!
Este hiper-vulcão, com sua hiper-explosão de VEI 9, terá sido a soenga original – soenga é um buraco na terra onde se colocam as peças a cozer – que moldou esta tradição de olaria que ainda hoje subsiste na região.
Esta peça em concreto provém da necrópole de Paranhos, datada de 3000-1000 a.C., onde se teria pela primeira vez produzido barro negro de Molelos tal como o conhecemos, sabendo-se agora que na verdade são as peças originais expelidas há 640000 anos, uma verdadeira criação da natureza que se tenta agora recriar, mantida ao longo dos tempos e actualmente pelos produtores e criadores de Molelos, junto a Tondela, através da sua artesania e mérito.
Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve como Parceiro Institucional
