Proposta para um novo busto da República
AUTOR: José de Oliveira Ferreira
TIPOLOGIA: Escultura
DATA: 1916/17
Contextualização
Trata-se de uma peça de José de Oliveira Ferreira, um dos discípulos de Teixeira Lopes, uma maquete da nova República que não resultou como estava previsto.
José de Oliveira Ferreira esta peça em 1916/1917 para eventualmente substituir aquilo que era a consideração de uma república típica, de uma república heroica e inspiradora, de certo modo uma república bélica à maneira daquilo que era a Revolução Francesa e o modo como esta tinha inspirado todas as figuras femininas capazes de capacitar um povo. Era a mãe de um povo, é certo, mas uma mãe aguerrida.
Em 1916/1917 a Europa vive o contexto da 1ª Guerra Mundial e Portugal em particular vive um contexto sucessivo de epidemias, difíceis de tratar, que implicavam cercos sanitários à população, por outro lado as greves e a falta de rendimentos. A 1ª República em Portugal estava a falir.
Pela sucessiva mudança de governos e dos protagonistas na governação, no Parlamento, naquilo que eram as possibilidades de poder e de influenciar o bem comum, isto levou a que Portugal fosse solicitando aos Aliados a possibilidade de entrar na 1ª Guerra Mundial, como forma de credibilizar o governo, oportunidade que surgiu junto dos franceses, mas sem grandes resultados. Os soldados eventualmente amotinaram-se, recusando-se a lutar por, entre outros motivos, um fardamento ineficiente.
Em Portugal, um conjunto de artistas e de pensadores procurou refundar a República, transmitindo a imagem do que a república devia ser, na sua visão, como este busto menos heroico e mais maternal, proposta deste movimento que foi de pouca duração.
Em 1933, José de Oliveira Ferreira, ainda inspirado nesta maquete da república oferece à cidade de Viseu um conjunto escultórico denominado “O Melhor Sono da Nossa Vida”, uma escultura onde se vê representada uma mãe com o seu filho, acariciando-o até adormecer. Essa seria a república que estava a ser proposta e que mais tarde acaba por se transformar numa estátua que dá o nome ao jardim no qual se implanta, o Jardim das Mães.
Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve como Parceiro Institucional