Ex-Voto Pictórico
AUTOR: Desconhecido
TIPOLOGIA: Pintura
DATA: Séc. XX (meados?)
Contextualização
Ao contrário das Vespas Velutinas, que foram registadas pela primeira vez na Europa em 2004, no porto francês de Bordéus, as Bestas Velutinas são nativas e conhecidas entre nós há vários séculos.
Vivem em comunidades alargadas que hibernam por períodos variáveis de tempo, só despertando da dormência em anos eleitorais – havendo registos não comprovados de ataques aquando de eleições para delegados de turma em escolas do agora 1º e 2º ciclos, bem como em alguns clubes de futebol regionais.
As “eleiçomonas”, pelas quais são atraídas as Bestas Velutinas, fazem com que os enxames ataquem as populações votantes, causando um estado semi-hipnótico e idiotopático, traduzindo-se no voto mais absurdo possível, por troca do resultado das premissas cognitivas, inversão dos princípios éticos básicos, bem como manipulação das mais elementares noções de bom senso.
Estes sintomas apenas se conseguiram contrariar, em ocasiões específicas, pelo uso alargado de Informação, que – eventualmente – pode conseguir ultrapassar a barreira da dormência dos afetados pelo ataque das Bestas.
Aqui se apresenta um raríssimo Ex-voto pictórico que reflecte não apenas um dos ataques e comportamento de enxame das Bestas Velutinas, como igualmente o resultado auspicioso de uso da Informação, no contrariar dos referidos efeitos nefastos dos bicharocos. Bem ao modo dos Ex-votos, de cariz popular, a grafia é simples e a ortografia assemelha-se mais ao grafar de expressões e sonoridades dos coloquialismos locais:
“E proque ano di leisoens. Sairam as bestas velutinas em enxame e zumbindo a todos hipnotizarão como num sonho, para mal votar. Mas em antes de botar o voto, chegou a informassam e todos que a ela atenderam, acordaram e assim não votaram nas bestas.”
No Ex-voto em causa, refere-se a assimilação dos conceitos de Bestas Velutinas e suas acções, com o voto nas próprias bestas, o que é caso curioso. Nesta leitura são as Bestas, em enxame, que agem para que votem nelas, o que nos parece invulgar, mas está a ser analisado por um Consórcio Internacional de Entomólogos, não vá alguma Besta ser eleita.
Esta incorporação, no acervo do Museu do Falso, teve como Parceiro Institucional