Livro “Protuberância Magnética em Viseu – Como Viajar no Tempo”
AUTOR: Desconhecido
TIPOLOGIA: Livro
DATA: finais do séc. XX
N.º DE CATÁLOGO: #023
PROPRIEDADE: João Carmo
Contextualização
Um físico brilhante, nascido e criado na cidade de Viseu, permaneceu ignorado pela comunidade científica a vida inteira. O isolamento e a falta de reconhecimento pelas suas ideias forçam a sua sanidade a desaparecer e a dar lugar a uma demência obsessiva.
Ao longo da sua carreira, tentou provar a existência de uma anomalia no campo magnético terrestre e que se manifestava algures na cidade de Viseu. Nisto, a comunidade científica descartou por completo os indícios do cientista sem nome, rebaixando-os a chacota. Assim, provar que o fenómeno era real tornou-se uma obsessão que lhe roubava as noites e o apetite.
Segundo as previsões, o valor que o campo magnético assume na cidade de Viseu é astronómico. No entanto, o cientista sem nome, concebeu uma explicação para a protuberância magnética e até algumas aplicações possíveis. Uma delas, e o seu maior desejo, era a colheita dessa gigantesca fonte de energia magnética para alimentar uma viagem temporal para o futuro, onde ele esperava que as suas ideias já tivessem sido comprovadas. Com o sonho de se tornar uma estrela no seio do estudo da física teórica no futuro, deixou os elementos básicos da sua teoria num pequeno caderno de anotações.
O caderno foi encontrado por um funcionário da autarquia, interessado em física relativista, aquando a demolição daquela que se diz a casa do cientista. O caderno é hoje uma peça de museu. Quanto ao cientista anónimo, esse nunca mais foi visto. Há quem diga que foi bem sucedido no seu plano ambicioso, mas o mais certo é ter trabalhado até à exaustão na sua demanda insana e que morreu malnutrido algures pelos montes que rodeiam Viseu – à procura do seu Santo Graal.
Toda esta informação foi reunida a partir dos relatos de populares e extrapolada dos escritos contidos no livro.