Desde 1580 que estamos sob domínio da Coroa Espanhola. Em 1640, o golpe de estado iniciado pelo grupo d’Os Quarenta Conjurados foi frustrado pela recusa da Casa de Bragança em assumir o reinado e portanto, a efetiva Restauração da Independência não se deu por falta comparência.

As culturas foram-se homogeneizando desde então, principalmente a partir de uma imposição dos costumes gastronómicos castelhanos na cozinha portuguesa.

Mas desde logo, a ocupação indesejada era retaliada das formas mais subtis. Uma dessas retaliações era a oferta de biscoitos às tropas estrangeiras como sinal de “submissão”. Assim que estes comiam os biscoitos, satisfeitos com a sensação de conquista, começavam a ‘arder’ por dentro, ao que os portugueses se defendiam com: “Son Bixcoitóns, unos pican, otros non!”

A lendária receita original deste instrumento de resistência foi encontrada num mosteiro, restaurada e agora disponibilizada à presente e vindouras gerações.

“Misturar ovos com mel e envolver com farinha até ganhar a consistência desejada. Juntar pasta de malagueta (ou alho, ou gengibre, conforme a disponibilidade) em grandes doses a metade da massa, indo a cozer duas fornadas distintas.”

Há relatos de ter sido uma receita muito popular na zona de Bragança, desde a primeva fornada.