Lata da Roseta
AUTORIA: Illuminite
DATA: c.1.000.000.000 a.C.
N.º DE CATÁLOGO: #016
PROPRIEDADE: Antónion Gil
Contextualização
Depois de décadas, senão séculos de inútil polémica sobre a génese e significado da misteriosa plataforma octogonal que hoje dá pelo nome de Cava de Viriato, descobertas recentes estudadas pelo Dr. Wide Currency estabelecem, com alguma segurança, que nem celta, nem romano, nem árabe, o lugar e a configuração nasceram da necessidade de uma civilização alienígena de exploração de Iluminite, metal que em tempos existiu no nosso planeta, conhecido por entrar em fusão, em contacto com o oxigénio. Portanto, muito antes de celtas, romanos, visigodos ou outros povos pândegos que por aqui tenham vivido, houve neste Planeta uma civilização vinda de um remoto sector do Universo, para aqui explorar, em escala maciça, todos os jazigos de Iluminite existentes no Planeta. E ao que parece, foram tão eficazes que, imagine-se, esgotaram todos os filões dessa matéria preciosa, que agora tanto jeito nos daria.
O Dr. Norman Currency baseia-se numa prova material, para esclarecer este enigma: um objecto curioso, descoberto por ele mesmo quando fazia um piquenique com algumas amigas, na actual Cava de Viriato. Esta que muitos designam por a «lata da roseta» – alusão que remete para a famosa «pedra da roseta» que permitiu aos egiptólogos, por comparação com as duas outras línguas, decifrarem os hieróglifos, levou o Dr W.C. e a sua equipa à fascinante decifração dos furos que reproduzem, na lata cilíndrica, um registo elaborado, codificado e revelam um texto no mínimo surpreendente. Eis o que dizem, esses furos, na teoria do grande Wide Currency:
« Documento perfurado pelo obturador de Luzita Intermitente, secretário do Comandante Geral da via Láctea, pertencente à missão «Iluminite sem limite nº 6747443 referência 52903. Saudações inter-galácticas a todos os irmãos luminescentes do Universo. Reporto o último carregamento de Iluminite a partir da nossa base principal. Com este lote final e considerando que nada mais neste planeta hostil nos interessa ou atrai, além da já exaurida matéria, anuncio a retirada de todas as nossas naves, de todas as nossas bases neste Planeta e o nosso regresso a Iluminator #3 onde aguardaremos novas ordens. Procederemos segundo os regulamentos eliminando todos os nossos vestígios. A execução desta ordem fica sob a responsabilidade de toda a cadeia de comando. Todos os documentos produzidos aqui, durante a nossa estadia, devem ser arquivados ficando as suas cópias materiais destruídas. Esta ordem deverá também ser destruída, pouco antes da nossa retirada, para que se mantenha em vigor até ao último momento. Segue-se o selo do nosso Chefe de missão:
:.:…:….:…..:::»
Esta peça, que tem o formato de uma lata cilíndrica furada, supõe-se que fosse iluminada a partir do interior por uma peça de Iluminite e que pelo furos, a luz seria lida pelos alienígenas como nós lemos letras. Segundo o Doutor WC, o facto de não haver mais provas que esta da passagem dos Luminescentes pelo nosso Planeta, mostra que a ordem foi bem cumprida e que se houve esquecimento com esta peça, foi precisamente pela pressa que os alienígenas tiveram em partir, que os fez esquecer a evidência derradeira da sua presença entre nós. Inquirido pela falta de provas de alguma vez ter existido algum material com as características da Iluminite, o Cientista zangou-se e repetiu, sempre com palavras diferentes, cerca de trezentas vezes, este raciocínio inquestionável: – O facto de aqui desconhecermos algo semelhante à Iluminite apenas provas que ELES LEVARAM toda a Iluminite do Planeta TERRA! Mais grave do que isso: levaram-na sem PAGAR!!! e por essa razão andam-nos agora a fazer pagar a TODOS por isso!