Frontispício e Ilustrações de Myths from Inner Portugal – Viseu
AUTOR: John C. Adams
DATA: 1755
N.º DE CATÁLOGO: #015
PROPRIEDADE: Michel Albasini
Contextualização
A obra “Myths from Inner Portugal – Viseu” foi escrita em 1755 por John C. Adams e publicada em Edimburgo na renomada Mythica Press, dando continuidade ao percurso do autor, que havia já elaborado similar catalogação para os territórios do Império Britânico. Esta seria a primeira parte de uma compendiação exaustiva sobre o território português, ao tempo governado pelo Marquês de Pombal, sendo Rei D. José. Aliás, considera-se unanimemente que a acção do período pombalino que mais tarde se reconheceu a nível urbanístico, e modelado nos exemplos da Europa central e do sul, se havia iniciado com um apelo mais britânico, de que esta obra seria exemplo cimeiro.
De facto e apesar de apenas se conhecer este volume, dos previstos 97, nota-se pelo tipo de método utilizado que se tinha na época tomado Portugal e seus territórios como marca original e difusora do que Hoje se afirma como “mitos urbanos” e cuja influência é superiormente sentida por exemplo, nos Estados Unidos da América. As ilustrações pertenceriam ao próprio autor, baseadas quer em recolhas orais quer, nalguns casos, em observação directas.
As páginas apresentadas afirma-se terem pertencido ao próprio Marquês do Pombal e terem-lhe sido oferecidas aquando da apresentação pública do livro, algures nas margens do Rio Pavia e durante a Feira Franca. Como é conhecido, a 1 de Novembro de 1755, ocorre o grande sismo que afectou Portugal e obrigou a obras de reconstrução de parte da capital bem como de outras áreas do país e alguns elementos mais conservadores e programaticamente ligados aos Jesuítas terão indicado que o terramoto era não apenas um sinal de desagrado pela obra dada à estampa, como o mesmo desagrado e suas consequências deveriam ser imputados ao Marquês – putativo impulsionador da mesma. Estes eventos poderão igualmente estar na base da expulsão dos Jesuítas de Portugal.
O Frontispício é a apresentação da obra com suas informações autorais, data e impressão.
A gravura da página 33 retrata “Os crocodilos dos túneis da Sé de Viseu” [The crocodiles living in the Cathedral Tunnels.]
A gravura da página 66 retrata “O Pé-Grande: habitante da Quinta do Fontelo” [The Big Foot: inhabitant of the Fontelo.]
A gravura da página 99 retrata “O avistamento do The Flying Dutchman no Rio Pavia” [The sighting of The Flying Dutchman in the Pavia River.]
Os erros das legendas das gravuras, de um inglês não muito correcto, devem-se talvez a uma outra teoria que declara M.A. um português da corte de D. José e expectável pintor régio (do qual não há registos) como autor das gravuras e das próprias legendas.