Vissaium Sonata VZ.23
AUTOR: António Almeida Moreira
TIPOLOGIA: Vídeo
DATA: 1930
SOM: Mudo
Contextualização
Francisco António de Almeida Moreira foi, para além de outras coisas, militar, crítico de arte, coleccionador, professor, vereador da Câmara Municipal de Viseu e organizador do espólio que viria a dar origem ao Museu Grão-Vasco. Desempenhou, igualmente, um papel relevante no filme “Viseu”, rodado nos anos 30 do século passado e julgado perdido até 1990, ano em que foi encontrado na Casa do Miradouro.
Durante as suas inúmeras visitas ao estrangeiro, Almeida Moreira teve oportunidade de frequentar os círculos vanguardistas europeus, privando com Marcel Duchamp, Tristan Tzara, Antonin Artaud, Gertrude Stein e André Breton, entre outros.
Em Paris, desenvolveu uma particular amizade com Man Ray, que o influenciou profundamente, tendo-lhe dado a ver não apenas filmes por si realizados, mas também obras de Hans Richter, Fernand Léger, Germaine Dulac e Viking Eggeling. A partir de algumas referências, nomeadamente em periódicos da época, crê-se que a influência parisiense tenha sido vital para a actividade de Almeida Moreira enquanto realizador. Os filmes, rodados em meados da década de 30, e dos quais se desconhece o paradeiro, são considerados perdidos. Sendo parca a informação, não se sabe quantos realizou, a sua duração ou ano de produção.
Este “Vissaium Sonata VZ.23” foi descoberto em 2011 nos escombros da casa de uma velha criada do Capitão. A película encontrava-se no interior de uma ferrugenta caixa de costura, podendo ler-se na tampa, para além do título, a seguinte inscrição: Francisco António AM, 1935.
Após restaurado, o filme mostra-se aqui pela primeira vez desde a sua descoberta.